REVIEW RETRÔ: The Girl Who Waited (S06E10)

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Por Denise Ferreira

Numa temporada em que a história da família Pond/Williams com o nosso Senhor do Tempo preferido é o assunto principal, The Girl Who Waited está inserido entre dois episódios em que esse não é exatamente o foco (Night Terrors e The God Complex). No entanto, mesmo continuando distante dos acontecimentos que envolvem o nascimento da filha do casal e suas consequências, o enredo explora a relação dos dois de uma forma bastante profunda, assim como toca em pontos importantes do relacionamento do Doctor com seus companions.

A história começa com o Doctor revelando, ainda na TARDIS, o próximo destino do trio: Apalapucia,  “votado como planeta número dois entre os dez melhores destinos para viajantes intergalácticos exigentes”. No entanto, ao chegar no local, ao invés do cenário paradisíaco que esperavam, eles encontram uma porta. Enquanto Amy volta à nave para buscar o celular, Rory e o Doctor atravessam a porta, para uma próxima sala, onde há uma mesa e uma grande lupa, mas quando a garota tenta segui-los, aparece em uma sala igual, porém sem nenhum dos dois. Então eles descobrem que Apalapucia está em quarentena por causa de uma doença chamada Chen-7, que só atinge seres com dois corações, como os Time Lords, e mata em apenas um dia. Descobrem também que estão em um hospital, e Amy está em uma linha temporal diferente, onde o tempo foi comprimido para passar mais rápido, e que a única comunicação entre eles é a lupa  (assim, os parentes dos enfermos podem ver seus entes queridos terem uma vida longa em apenas 24 horas).

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  O desafio da vez é resgatar Amy, sem colocar a vida do Doctor em risco. Ligando os sinais da lupa aos controles da TARDIS, eles tentam chegar à linha do tempo em que ela está. Rory sai pelo hospital para tentar encontrá-la e até consegue isso sem muitas dificuldades. Mas estamos falando de Doctor Who, o problema nem sempre é onde, mas quando. Rory dá de cara com uma Amy mais velha, durona, inteligente e bastante amargurada após uma espera solitária de 36 anos (destaque para a maquiagem feita na atriz Karen Gillan, que ficou bem convincente). Existe uma chance de alcançar a Amy do “passado” e resgatá-la antes das décadas de exílio, o problema é: o que acontece com essa Amy mais velha se eles conseguirem? E ela, estará disposta a ajudar no plano?

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O episódio foi escrito por Tom MacRae (que também escreveu Rise of the Cybermen e The Age of Steel, para a segunda temporada) e é uma das histórias de menor elenco em toda a trajetória de Doctor Who, incluindo a série clássica. Longe de ser um problema, a escolha resultou num enredo que mostra facetas pouco exploradas dos personagens e vai fundo nos sentimentos entre eles. Curiosamente, esse contexto lembra muito o terceiro arco da primeira temporada da série clássica, The Edge of Destruction, exibido em fevereiro de 1964, que também contava somente o elenco regular e explorou brilhantemente as relações entre o Senhor do Tempo e seus então três companheiros (Suzan, Bárbara e Ian). No entanto, as duas histórias fazem isso de formas completamente diferentes.

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O título, que pode ser traduzido como a garota que esperou, não é só uma sinopse dos fatos, mas também uma pista de que a essência do enredo é a Amy, já que essa descrição é associada a ela desde sua chegada na série. Também não é a toa que o Doctor fica em sua nave durante quase toda a história, esse é um daqueles episódios em que a história é definitivamente focada nos companios. Dosando momentos de ação e diálogos densos, a história não só rende um bom misto de emoções (incluindo algumas lágrimas para os mais sensíveis), mas também traz reflexões interessantes sobre a trajetória dos Ponds e o comportamento do Doctor, e até questionamentos filosóficos, como a influência das experiências que passamos sobre as nossas personalidades.

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Em meio a uma temporada marcada por revelações e reviravoltas de fundir a cuca dos fãs mais antenados, The Girl Who Waited pode até parecer um episódio simples, mas usa essa aparente frugalidade para entrar em um campo tão complexo quanto a ciência das viagens no tempo: o dos sentimentos humanos. Tudo isso, sem esquecer os paradoxos, fluxos temporais, gadgets  sônicos e tantas coisas wibbly wobbly que já conhecemos.

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