REVIEW CLÁSSICA: Arco 001 – An Unearthly Child

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O começo de tudo no começo de tudo…

 

Ver Doctor Who Clássico não é uma tarefa fácil, e é perfeitamente aceitável alguns fãs não terem paciência para vê-la. Ritmo lento e arrastado, episódios perdidos e reconstruídos, um estilo de televisão completamente diferente do que estamos acostumados, até porque temos que voltar ao início da década de 60, onde a televisão ainda era preto e branco. Mas mesmo com todos esses contras ainda é magnífico acompanhar as origens de uma série que é tão amada. É ótimo ver como essa série nasceu, os seus primeiros passos e episódios que ao mesmo tempo que lembram a série que vemos hoje, se diferencia de uma forma única e nos faz literalmente viajar no tempo. Então, se nos permite e se for de seu interesse, vamos embarcar numa viagem no tempo que não precisa necessariamente de uma TARDIS para conhecer um pouco mais dessa série ao longo dos anos.

O primeiro arco, o início de tudo, é composto por quatro episódios (“An Unearthly Child” ; “The Cave of Skulls” ; “The Forest of Fear” ; “The Firemaker”). Essa história é bastante conhecida pelos fãs, pois mesmo aqueles que não viram a clássico puderam acompanhar como Doctor Who nasceu pelo especial “An Adventure in Space and Time”, e começa num ferro velho em Londres em novembro de 1963 onde o Doutor esconde sua TARDIS. Logo em seguida somos transportados para Coal Hill School , aquela escola onde uma certa companion impossível também deu aulas lá pelos anos de 2015, e esse nessa escola onde trabalham os primeiros companions ocasionais do Doutor, Ian Chesterton e Barbara Wright. Dois personagens extremamente importantes e marcantes para a série, não só por serem os primeiros, mas por serem tão bem interpretados e a Barbara muitas vezes fugir do esteriótipo de mulher em perigo e tomar a dianteira em diversos episódios. Ambos estão preocupados com uma aluna em especial, Susan Foreman, que não parece conseguir compreender bem as disciplinas, por pensar um pouco diferente dos demais, apresentando um comportamento nada convencional. Tudo isso nos é apresentado em conversas e flashbacks bem inseridos no episódio. Dentro dos primeiros 20 minutos do arco vamos lentamente junto com os professores seguindo a jovem moça até o tal ferro velho onde a mesma vive com seu estranho avô que possui uma peculiar cabine de policial, até que todos entram na cabine e são trasnportados para o desconhecido. Para nós dos anos 2000 nada muito espetacular, mas pra época o episódio foi muito importante e serviu para estabelecer tudo o que hoje acompanhamos, todo esse simples mistério foi capaz de captar a atenção de adultos e crianças lá em 63 e fazê-los grudar seus olhos na semana seguinte para descobrir onde os quatro haviam parado.

A diferença de ritmo já se mostra presente desde o primeiro arco. O que hoje daria um simples episódio de 45 minutos é dividido em quatro episódios de 25, diluindo assim toda a ação. Totalmente compreensível para os padrões da época, completamente fora de cogitação para os dias de hoje. Logo no começo do segundo episódio descobrimos que os quatro foram parar no começo da civilização humana, na idade das cavernas. Não temos muitos acréscimos à mitologia de Doctor Who nesse arco, exceto que por algum problema a TARDIS não muda de aparência para se adaptar ao local. Tal “problema” foi uma saída conveniente da produção para cortar custos de produção. De resto, acompanhamos a história de duas tribos rivais e seus lideres, onde um deles confia no Doctor e outro não, e passa a fazer de tudo para sabotar a outra tribo. Tal tipo de conflito é bem presente nessa primeira temporada da série e menos frequente nos anos seguintes, onde uma figura local confia no Doutor o que leva à uma desconfiança de um outro personagem que por sua vez acaba se tornando o antagonista do arco , se revelando um arquiteto de planos escusos para conseguir poder e sabotar a presença dos personagens ali. De aprisionamentos à planos de fugas, o episódio lentamente caminha para o desfecho onde vemos o Doutor ser a figura que traz o fogo para a humanidade. A primeira interferência que temos ciência do Doutor na história da humanidade, o ponta pé inicial do desenvolvimento da civilização humana. Não poderíamos esperar menos de um episódio que marca o começo de uma série que viria a se tornar tão importante, que fala sobre viagem no tempo e que mostra a sua influência no ponto fixo do tempo que é a descoberta do fogo pelos homens, visto que isso marca definitivamente a nossa separação dos outros animais. Ao fim do arco eles tentam voltar para Londres, mas pelo que parece o Doutor não tem lá muita noção de como controlar o destino da TARDIS e eles aterrissam em um lugar diferente, e o arco termina com o aviso de perigo e que os níveis de radiação lá fora estão bastante altos.

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Essa foi uma review especial para marcar o início das nossas reviews aqui no site sobre a série clássica. Não cobriremos mais nenhum arco da primeira temporada (AHHHHHHHHHHH 🙁 Gente amo o arco “The Key of Marinus”, recomendo muuuuuuuuito!! Queria demais fazer uma review desse arco pois seria um prazer revê-lo!), e partiremos direto para a segunda temporada ok? Espero que tenham gostado e nos vemos em breve em “Planet Of Giants”!

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